COLECÇÃO "Na sei o que é"
Pintar e escrevinhar por aí
Desenhos, Pinturas e Escritos. Luís Morgado Tlm. 934 266 796 - pintarporai.blogspot.com
sábado, 27 de setembro de 2025
sábado, 8 de fevereiro de 2025
terça-feira, 21 de maio de 2024
sábado, 11 de maio de 2024
terça-feira, 30 de abril de 2024
sábado, 27 de abril de 2024
domingo, 3 de março de 2024
Pintura a óleo sobre tela de grande dimensão. Trata-se da “Ultima Ceia”, trabalho feito há muitos anos, encomendado por um amigo que no seu entendimento religioso quis apenas a figura de 11 apóstolos.
A imagem global surgiu de uma foto de um pequeno trabalho em madeira crua, suponho que esculpido por um artesão palestino (cristão).
Só inventei as cores, apesar da grande dimensão da tela tentei garantir a humildade, partilha e inocência que a imagem transmite.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024
ÁFRICA
Estou na costa – oeste
Peito esquerdo do teu corpo
raio solar amanhecendo.
N'este lugar
és ressentida, choras descalça presa nas grilhetas atadas no Ocidente;
Vivo Agora Aqui para espezinhar os teus póros, tapar o teu fôlego
cerrando os teus lábios carnudos e trémulos.
Tremendo em ti, só os ouvidos vivem e respiram as minhas palavras.
Quero-te apertar Geba, Crioulo, Virgem e outras.
Quero-te espremendo a selva brotando os teus filhos,
dissolvendo, aspirando num boca a boca
o oxigénio escuro das rãs brancas: Nicotina & Napalm
para que o teu corpo seja cuspido em forma de hipnose.
Que o teu sangue deixe de brotar já não vendo chegar os outros filhos,
hipnotizados caricatas tesos do outro lado do Atlântico.
Fundo do inferno, aqui onde ri a secura
para o quarto mundo ou para a dilatação da liberdade.
Que esperas resistente e não morta.
(escrito por um amigo dias antes da Revolução – Guiné 1974)
sábado, 24 de fevereiro de 2024
Ontem participei como convidado no XV Congresso da CGTP-IN,
logo reencontrei activistas de há décadas que teimam em não reformar-se, pois mantêm-se mobilizados, porque a Luta Continua ...
Na onda das recordações, veio há memória os festejos do centenário de Maio (1986) e assim a lembrança de alguns murais e o pano de fundo para o Comício que então se realizou na Praça do Brasil em Setúbal.
A imagem do painel traduz a repressão que aconteceu na Praça do Bocage defronte do edifício da Câmara Municipal em 1962, onde a maioria eram trabalhadoras da industria conserveira.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
Cipriano Dourado
Que faleceu em 1981 com 60 anos de idade, foi um artista plástico do neo realismo nas áreas do desenho, gravura, pintura e aguarela.A maior parte da sua vida sob o regime fascista, em que toda a criação artística era alvo da forte vigilância e repressão, onde são registo os exemplos de agressão, prisão e confiscação de obras.
Cipriano Dourado era um antifascista, um convicto opositor ao regime. Exemplo que inspirou muitos outros artistas da sua geração.
No trabalho “A arte em Portugal no século XX” é descrita uma experiência colectiva que em 1953 levados pelo romancista Alves Redol e José Augusto França, se Juntou Cipriano Dourado, Julio Pomar, Lima de Freitas e Rogério Ribeiro, rumando ao Ribatejo, para um trabalho de equipe sobre os arrozais, que ficou conhecido como o “Ciclo do Arroz”.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
segunda-feira, 11 de dezembro de 2023
quinta-feira, 7 de dezembro de 2023
A MINHA “IDENTIDADE MOITEIRA...”
Nasci mesmo cá e em casa a 6 de Outubro de 1951, perto da passagem de nível que existia no caminho de Palmela.
A minha mãe ao parir-me teve logo a abençoada ajuda da prima Mariana que habitava lá bem perto, mais velha e com a experiência de já ter parido por três vezes. Foi assim uma benção, pois consta que nem Deus ou Anjo da Guarda apareceram, porém isto ainda é coisa que me parece mal contada: o meu avô era torcido de feitio e distante do divino, o meu pai embora de bom trato, também não era de tais fezadas, logo um cenário duvidoso, em que ainda hoje não tenho por certo se foi Deus que não apareceu, ou se eles o impediram de entrar.
Acontece que me contaram, que logo a seguir aos meus primeiros berros de vida, o Comboio apitou três vezes (*) coincidência que levou ao riso dos presentes, sinalizando assim um bom presságio.E assim nasci cá na Moita, e cá fiquei registado. Hoje reparo que podia ter nascido em qualquer lado como tantos outros que nasceram naquele dia por esse mundo fora, no meu caso até com a vantagem, não ficar apegado logo à nascença a qualquer religião ou tradição.
É talvez por isto que na minha estrutura de pensamento, os conceitos de identidade e toda a imagética que os envolve e sustenta, enfrentam um tal labirinto que não encontram espaço que os acolha.
Atesto esta certeza pelo percurso de anos, basta a descrição de alguns factos: em puto cheguei a ir à missa e até fui Lobito; num 1ºde Dezembro o padre e o professor Guerreiro, puseram-me com a malta a cantar “lá vamos cantando e rindo...”; recordo que ainda fui a uma lição da Catequese, de tal modo que ainda hoje sei que o Credo se reza a meio da Missa.
Meu pai nunca disse nada e a minha mãe que era crente, que só não acreditava em bruxas porque ele não deixava, escondeu o meu percurso até ao dia de uma quaresma em que a Professora mobilizada pelo Padre, apareceu lá em casa para o convencer a que eu fosse batizado. Deu-se a bronca, meu Pai não autorizou, porém não me proibiu de ir à Igreja, quem me impediu de lá entrar foi o Padre, logo num Domingo à tarde quando estava na fila para ir ver o “Ti Pica” (cinema).
Alto e bem nutrido, de batina preta, com cara de assustar e gesto violento afastou-me da fila. Na altura fiquei com medo e vergonha, sem saber como disfarçar aquele injusto enxovalho... foi o Satanás que me apareceu... andei alguns dias triste e com medo de contar a alguém, pois por outras conversas que ouvira receei que fizessem algum mal ao meu Pai. Naquele tempo sabia lá eu que a Stª Madre Igreja se casara com Salazar.
Deste modo ao libertar-me da religião e assim aprendendo não precisar do divino para nada, sem sequer perceber fui ao longo dos anos ficando impermeável a muitas tradições, até gostando de futebol, não sou adepto de qualquer clube. Até fui um entusiasta da tauromaquia, gosto que cedo também se desvaneceu. Factos estes que me limitam a encontrar a minha identidade moiteira, aquela mística que por aí religiosamente divulgam.
Em maior dimensão, é o facto de hoje ao ler sobre o processo histórico da humanidade, e assim os mecanismos que rodeiam as noções de nacionalidade e de pátria - o sentimento pessoal e cultural de pertencer a uma nação já me passa ao lado, não é gerador de entusiasmo. Por exemplo, a minha disponibilidade para a luta sindical, poderia ter servido em qualquer parte do Mundo, quer nas matizadas ditaduras, ou nestas democracias que os bancos criaram e manipulam.
Acresce ainda que por catálogos e gravuras tirei parecenças com Cartagineses, acreditem que penso mesmo ser descendente de refugiados da III Guerra Púnica de há 2169 anos, que numa jangada de papiro aportaram onde hoje é o Algarve.
Reconfirmando deste modo, ser um cidadão nascido neste Planeta, logo não patriota, mas mesmo assim, mais que o actual Presidente da República Portuguesa, homem de tropa aliviada e que nunca bateu com os costados na Guerra Colonial.
No C.C. estou identificado como português, e porque nasci na Moita sou Moitense, mas essa da fervorosa e religiosa Identidade Cultural Moiteira...
(*)o Comboio das 6:35 h para o Barreiro, apitou duas vezes antes da passagem de nível e uma antes da estação da Moita, eu tinha nascido às 6.30 h. Apitou mesmo três vezes.
COLECÇÃO "Na sei o que é"
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Pintura acrílica sobre tela, que integra colagem de sandálias nº 46 tipo biqueira larga, mais dois ingressos de uma exposição de arte conc...

















