segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

 

ÁFRICA

Estou na costa – oeste

Peito esquerdo do teu corpo

raio solar amanhecendo.


N'este lugar

és ressentida, choras descalça presa nas grilhetas atadas no Ocidente;

Vivo Agora Aqui para espezinhar os teus póros, tapar o teu fôlego

cerrando os teus lábios carnudos e trémulos.

Tremendo em ti, só os ouvidos vivem e respiram as minhas palavras.


Quero-te apertar Geba, Crioulo, Virgem e outras.

Quero-te espremendo a selva brotando os teus filhos,

dissolvendo, aspirando num boca a boca 

o oxigénio escuro das rãs brancas: Nicotina & Napalm

para que o teu corpo seja cuspido em forma de hipnose.

Que o teu sangue deixe de brotar já não vendo chegar os outros filhos,

hipnotizados caricatas tesos do outro lado do Atlântico.


Fundo do inferno, aqui onde ri a secura

para o quarto mundo ou para a dilatação da liberdade.

Que esperas resistente e não morta.

(escrito por um amigo dias antes da Revolução – Guiné 1974)

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Ontem participei como convidado no XV Congresso da CGTP-IN,

logo reencontrei activistas de há décadas que teimam em não reformar-se, pois mantêm-se mobilizados, porque a Luta Continua ...

Na onda das recordações, veio há memória os festejos do centenário de Maio (1986) e assim a lembrança de alguns murais e o pano de fundo para o Comício que então se realizou na Praça do Brasil em Setúbal.

A imagem do painel traduz  a repressão que aconteceu na Praça do Bocage defronte do edifício da Câmara Municipal em 1962, onde a maioria eram trabalhadoras da industria conserveira.


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

 

Cipriano Dourado

Que faleceu em 1981 com 60 anos de idade, foi um artista plástico do neo realismo nas áreas do desenho, gravura, pintura e aguarela.A maior parte da sua vida sob o regime fascista, em que toda a criação artística era alvo da forte vigilância e repressão, onde são registo os exemplos de agressão, prisão e confiscação de obras.

Cipriano Dourado era um antifascista, um convicto opositor ao regime. Exemplo que inspirou muitos outros artistas da sua geração.



No trabalho “A arte em Portugal no século XX” é descrita uma experiência colectiva que em 1953 levados pelo romancista Alves Redol e José Augusto França, se Juntou Cipriano Dourado, Julio Pomar, Lima de Freitas e Rogério Ribeiro, rumando ao Ribatejo, para um trabalho de equipe sobre os arrozais, que ficou conhecido como o “Ciclo do Arroz”.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Cipriano Dourado

Um nome que a beleza e a arte obriga a conhecer. Por agora publico apenas esta imagem de um dos muitos trabalhos que nos legou.



 COLECÇÃO    "Na sei o que é"